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O esôfago corresponde a um longo tubo músculo-membranoso e elástico que liga a boca ao estômago. Sua extremidade inferior possui o chamado “enfíncter esofagiano inferior” (EEI), cujo função básica é regular ou impedir o refluxo de alimentos e ácido do estômago no sentido oposto, ou seja, em direção ao esôfago e boca. Este esfíncter evita o refluxo gastroesofágico (RGE). Algumas pessoas, contudo, apresentam a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), onde há retorno do conteúdo ácido do estômago, devido a ineficácia dos mecanismos anti-refluxo, incluindo a redução do tônus do esfíncter. Estes pacientes se queixam de pirose (dor em queimação irradiando para cima e por trás do osso esterno), regurgitação (fluxo do líquido azedo ou amargo do estômago para a boca, ocorrendo principalmente à noite ou quando a pessoa se inclina para frente), disfagia (sensação de que o alimento está bloqueado na da boca ao esôfago), odinofagia (dor à deglutição), sialorréia (enchimento súbito da boca com um líquido claro, levemente salgado produzido pelas glândulas salivares), eructação (arroto), queixas respiratórias (tosse crônica, aspiração recorrente e asma) e queixas otorrinolaringológicas (rouquidão, dor de garganta, pigarro e soluços). Assim, existe uma série de medidas que poderiam ser tomadas a fim de evitar complicações futuras em pacientes com DRGE, as quais são citadas a seguir.
A) Mudança do Estilo de Vida (MEV):
Elevação da cabeceira da cama; evitar alimentos sólidos ou líquidos 2 a 3 horas antes de deitar-se; abstinência dos cigarros e de bebidas alcoólicas; evitar usar roupas apertadas na cintura; emagrecimento (se estiver acima do peso); uso de antiácidos líquidos (hidróxido de alumínio ou de magnésio) antes de deitar-se e 30 minutos após refeições ou uso de bloqueadores H2 sob orientação médica.
B) Tratamento Dietético:
Ajustar as necessidades energéticas da dieta para adequar o peso corporal; evitar o excesso de carboidratos e aumentar a ingestão de proteína na dieta (para estimular a liberação do hormônio gastrina, que promove o aumento do tônus do esfíncter); evitar o excesso de gordura na dieta (que retarda o esvaziamento gástrico e estimula liberação de colecistoquinina, um hormônio que diminui o tônus do esfíncter). Deve-se realizar pelo menos 6 refeições por dia com pequenos volumes. Bebidas gasosas e líquidos juntamente com as refeições devem ser evitados. Cafezinho, chás e condimentos (pimenta do reino, pimenta vermelha, páprica e mostarda em grão) diminuem a pressão do esfíncter e devem ser evitados. Bacon, língua, carne de porco e miúdos em geral (fígado, coração e rim) também devem ser restringidos em sua dieta, pois são ricos em gordura saturada e colesterol. Feijão, cebola, alho, couve de Bruxelas e repolho também devem ser evitados, pois causam flatulência, distensão abdominal ou desconforto gastrintestinal.
Enfim, a dieta tem um papel crucial no tratamento de pacientes com DRGE. A medicação também tem um importante papel, desde que sob orientação médica.