quinta-feira, 23 de setembro de 2021

FERRO, DÉFICIT COGNITIVO E NEURODEGENERAÇÃO

 


FERRO, DÉFICIT COGNITIVO E NEURODEGENERAÇÃO

O ferro não encontra-se apenas na hemoglobina (Hb), presente nas hemácias e, portanto, envolvido com o transporte de oxigênio. O ferro participa de inúmeras funções metabólicas. Sua carência, contudo, causa anemia, enquanto que seu excesso causa hemocromatose.

Uma quantidade excessiva de ferro e seu acúmulo encefálico está associado ao déficit cognitivo e doenças neurodegenerativas no envelhecimento. Esses são os resultados de pesquisa da Profa. Nadja Schroder - Farmacêutica, Mestrado e Doutorado em Bioquímica pela UFRGS, e Pós-doutorado na University of California/EUA, em sua palestra online (28/09/2021) no PPG Farmacologia e Terapêutica da UFRGS.

Em seu estudo, publicado em 2013, a pesquisadora relata que a sobrecarga de ferro resulta em acúmulo de ferro no cérebro (hipocampo, áreas corticais e gânglios da base), provocando déficits cognitivos significativos e neurodegeneração, incluindo a doença de Alzheimer (Nadja Schröder et al. Role of brain iron accumulation in cognitive dysfunction: evidence from animal models and human studies. Alzheimer Dis 34(4): 797-812, 2013).

Em 2012, Jesper et al., relata que níveis excessivos de ferro aumentam o estresse oxidativo (reação de Fenton) e pode estar envolvido ao Alzheimer e doença de Parkinson (Jesper Hagemeier et al. Brain iron accumulation in aging and neurodegenerative disorders. Expert Rev Neurother 12(12): 1467-80, 2012).

Segundo Dra. Nadja Schroder, o cérebro é o segundo órgão que mais tem ferro no organismo, perdendo apenas para o fígado. Ao mesmo tempo, acúmulo de ferro cerebral está associado as doenças neurodegenerativas e disfunções de memória.

Agora, reflitam comigo, especialmente quem for profissional nutricionista:

Na nutrição, a grande preocupação sempre foi em relação a deficiência de ferro (anemia ferropriva). No Brasil, fórmulas infantis, suplementos alimentares e alimentos são fortificados com ferro, porém sem exames hematológicos individuais (ou seja, apenas recomendações profiláticas).

Aí, vem a pergunta:

A falta de ferro tem prejuízo sobre o crescimento e desenvolvimento na infância e adolescência, mas seu excesso (sem o devido exame hematológico) não teria repercussões cognitivas na vida adulta  velhice?

Pensativo em 3...2...1...

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